1 de mar. de 2013

Sobre vomitar a dor

(Fazia um dia lindo de sol quando você me deixou. Não consigo me lembrar de muitos detalhes, só lembro do nosso cachorro que morreu poucos meses depois. Acho que foi de saudade. Me pergunto até hoje como eu não morri também.
Depois que você se foi eu passei meses sentada num banquinho em frente ao telefone esperando por uma notícia sua, mas isso nunca aconteceu.
Me diz, porque você fez isso comigo? Voce não gostava mais de mim? Eu não era boa o suficiente pra você? Você disse que me amava, prometeu cuidar de
mim e veja só o que aconteceu! Meu coração se distruiu e minhas esperanças foram todas perdidas. Você era tudo que eu tinha. Eu sempre te quis. Sempre te amei. Sempre pedi a Deus pra te ter junto a mim. Mas toda vez que eu chego perto você foge e a  sua ausência me queima.
Tão perto e tão longe. Eu grito mas você insiste em não me ouvir. Tento chamar sua atenção de tantas formas, que me recuso a acreditar que você não me percebe. Me recuso a aceitar que voce me abandonou. Me recuso.
Talvez seja por isso que não acredito mais em Deus...
Queria muito poder superar isso um dia, poder olhar pra trás e não chorar. Queria ter recordações boas, mas de você na minha merória não ficou nada. Só ficou a dor, que ecoa dentro de mim cada vez que eu preciso de você. Mas ainda dá tempo, eu te dou a últma chance. Então por favor, volta. Eu estou aqui. Não me deixe aqui sozinha outra vez. Não faça de novo isso comigo. Por favor...)


Sempre gostei de escrever sobre aquilo que me faz mal, de vomitar a dor. Infelizmente eu perdi esse hábito há alguns anos atrás e passei a acumular tudo de ruim que eu sentia, o que fez de mim uma pessoa muito amargurada. Houve momentos em que a dor tomou conta de mim e nem diante do espelho eu me reconheci. Até que essa noite um dos sentimentos explodiu. E cada lágrima que escorria me aliviava mais e mais, então eu decidi escrever.
Deus queira que esse hábito se renove em mim... É preciso tirar muita coisa ainda do meu coração.


FIM

6 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Não guarde dor não... É auto-destrutivo, e só quem sofre é você. Pratique e queira o bem e o perdão, pense nisso como um mantra. E se as coisas não estão da forma que lhe agrada e te causa dor, ataque a causa. Insista, afinal alguém sempre tem que dar o braço a torcer. Lembre-se do nosso exemplo.

    Torcendo pra que reconheçam e valorizem sua chance :**

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  3. Sempre tive o hábito de escrever. Vomitava não só a dor, como todos os demais sentimentos, bons ou ruins. Entretanto, quando meu pai adoeceu, eu parei. Não havia tempo mais. Cuidava dele, estudava. Retomei tal hábito neste ano, na tentativa de desentupir minha alma de tanta tristeza e amargura, mas a sensação agora é a de que palavras não são o suficiente. Nunca mais serão.

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  4. É ótimo vomnitar a dor, colocar pra fora é a melhor coisa que focê pode fazer para aliviar, mesmo que seja somente para você guardar e não mostrar para ninguém.
    Eu faço isso constantemente, e é entre lágrimas e dores que as palavras mais certas e sensatas saem com facilidade, e os sentimentos mais duros se expõe da maneira mais bela. Colocar sentimentos em palavras tão bem postas é um dom, então não pare!

    Ps: Você é uma fofa. E obrigada por gostar das coisas que eu escrevo, e será sempre bem vinda para comentar o que quiser, não precisa estar inspirada viu hahaha
    Beijão.

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  5. É uma grande terapia, faz você refletir melhor sobre o que tá passando... Hoje eu olho pra umas coisas que escrevi quando estava triste e ainda penso que ainda dói, mas também fico feliz com a minha superação :-) Todo mundo tem suas cobras e lagartos sentimentais, só saber a melhor forma de lidar com eles HEHE

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  6. Queria conseguir. Mas por mais que eu queira, não consigo dizer nada.

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