Sou aquele tipo de pessoa bem chata que quando todo mundo comenta sobre certa coisa, prefere ficar longe disso. Acho que já comentei aqui que fui escutar Lana del Rey só no final de 2012, e tem bandas que hoje eu nem consigo mais ouvir porque chega me dar um cansaço de tanto que as pessoas falam dela (a.k.a Arctic Monkeys). Por um lado, pode ser que eu esteja perdendo algo realmente muito bom por conta dos outros. Por outro, eu acredito que esperar a "modinha" e toda aquela onda de informações e comentários passar, aí sim é que eu consigo sentar, relaxar, e curtir o momento sem maiores interferências.
Pois bem, foi basicamente isso que aconteceu com Into the Wild. O filme é de 2007 mas foi só em 2012 que eu ouvi falar dele. E muito. O tempo todo, sem parar. "Supertramp" era o user mais comum entre os meus amigos na internet e com isso eu acabei deixando de lado a vontade de assistir. Eis que essa semana eu estava fazendo uma limpa no meu computador antigo e percebi que tinha o filme lá. Percebi que muito já havia passado desde que eu ouvi falar dele, e resolvi assistir.
Into the Wild é um filme longo. Eu poderia usar a palavra "cansativo", mas como eu estava gostando da história, relaxei e curti sem ficar olhando quanto faltava pra acabar (sempre faço isso com filmes que eu acho chatos). Eu o assisti em duas partes, pois já era tarde e eu precisava acordar cedo pra aula no outro dia. No primeiro dia, antes de dormir, fiquei pensando na história e em como toda aquela loucura iria terminar. Era um misto de sentimentos, eu não tinha certeza se eu estava gostando mesmo do filme ou se era porque eu estava passando por aquela bad terrível que só falta te derrubar e uma história dessas veio à calhar. Bom, no outro dia dei novamente o play e, dois minutos depois, veio a confirmação: eu realmente estava gostando disso.
O filme conta a história real de Cristopher McCandless, um cara que desde a infância teve sua vida completamente conturbada pelo relacionamento com os seus pais. Seu refúgio para tantos problemas estava nos livros, e autores como Tolstói, Thoreau, e Jack London apenas contribuíam para que ele desconfiasse cada vez mais das relações humanas, procurando se isolar. Influenciado por Thoreau, ele resolveu se jogar no mundo em busca de novas experiências, até chegar no seu tão sonhado destino, o Alasca, onde passaria um tempo completamente sozinho em busca de sua evolução espiritual. Antes de conseguir chegar lá, ele viveu situações assustadoras, mas pra mim a grande maioria foi emocionante. Eu até me peguei chorando em uma de suas diversas despedidas.
Cristopher tinha 23 anos quando abandonou tudo e decidiu virar "Alexander Supertramp". E quando eu digo que ele abandonou "tudo", é tudo mesmo: nunca mais deu notícias à sua família, largou seu carro no meio da estrada e até queimou os últimos trocados que tinha, a fim de recomeçar sua vida completamente do zero. Além disso, quando encontrava um grupo para passar uma temporada, Alex não comentava sobre sua família e era totalmente desapegado de emoções, se desfazendo dos outros com uma facilidade assustadora.
Podem falar o que quiser sobre a história, mas por favor, não me digam que ela é cliché. Christopher não era um rebelde sem causa que deu a louca e saiu por aí curtindo a vida adoidado em grandes cidades com dinheiro aparecendo em bolso magicamente e telefonando aos prantos pros seus pais quando a saudade batia. Ele foi um cara extremamente meticuloso, inteligente, engenhoso, esperto, observador. Estudou durante todo o colegial pra tirar as melhores notas e ser aprovado em uma grande universidade pra adquirir conhecimento e poder ter tempo suficiente se planejar cada detalhe da sua aventura. Ele conseguiu lidar com todo tipo de situação - principalmente a solidão, a fome e o frio - e jamais desistiu. Alex não deixou que os problemas o desviasse de seu foco. Por maior que os problemas poderiam ser, seu plano ainda era algo muito maior. E no final ele ainda nos dá uma grande lição, mostrando que precisou passar por tudo aquilo pra finalmente entender o ponto máximo de toda a sua caminhada: "A felicidade só é real quando partilhada".
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Eu tenho passado por um momento bem difícil na minha vida. Uma enxurrada de coisas ruins vem acontecendo e não tem mais guarda-chuva que aguente o banho. Cheguei num ponto em que eu realmente não sei mais o que fazer. Não sinto mais nada. Saio na tentativa de me divertir mas volto pior do que fui. Não consigo nem chorar, e quando rio, é quase sempre da boca pra fora. Isso tem me desmotivado de uma forma brutal, e quanto mais coisas ruins vão me acontecendo, mais elas vão me derrubando.
Assistir esse filme foi como um grande tapa na cara pra mim. Doeu, mas espero que ao menos me faça sair do lugar.
Espero que vocês compreendam o meu sumiço por aqui, e peço que continuem me dando sugestões de postagens, quem sabe assim eu não me animo um pouco pra voltar à ativa :)
Beijos e tenham uma ótima semana!
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