20 de set. de 2017

Morando na Bélgica

Depois de 5 meses em solo europeu, finalmente um vídeo! Semana passada gravei sobre "10 coisas que eu nunca pensei que sentiria falta morando fora do Brasil", espero que vocês gostem e deixem mais sugestões de vídeos <3




20 de jun. de 2017

Amsterdam, antes e depois

Depois de 11 horas de viagem, finalmente estava em continente europeu, mas não ainda no destino final. Como a passagem pra Bélgica estava muito acina do meu orçamento, tive a ideia de comprar a passagem pra Amsterdam, que por ser um destino mais popular estava bem mais barata. E assim eu fiz.
Cheguei em Amsterdam no dia 17 de abril, cansada, com fome, e com um frio que nunca havia sentido antes. Não imaginava que em plena primavera eu iria precisar de cachecol, luvas, meia calça e 4 suéteres. Por isso, a primeira coisa que precisei fazer assim que cheguei em Amsterdam foi ir comprar roupas de frio, e só depois de já estar bem agasalhada é que saí pra conhecer um pouco da noite na cidade. 
Saí daquela multidão de turistas no centro e fui andando em direção aos bairros mais afastados. Passei pelos mas lindos canais da cidade, vi tulipas por todos os lados, andei pelo Red Light District (e confesso que assustei um pouco com toda aquela banalização do corpo feminino) e é claro, comi o famoso "space cake" (eu tava em Amsterdam né gente? precisava aproveitar a maconha liberada). Fui pro hotel dormir e no outro dia antes de viajar de novo eu dei mais uma volta na cidade. 
Eu estava anestesiada. Desolada. Completamente perdida. Eu andava olhando a cidade com uma sensação estranha, sabe? Um frio na barriga, um medo de "e se não der certo"... 
Me lembro de ter ficado praticamente muda durante as 24 horas que estive em Amsterdam. A ficha que eu apostei largando toda a minha vida pra trás no Brasil finalmente tinha caído, mas eu não sabia direito o que pensar. Eu só fui existindo, ali, naquele lugar lindo e congelante, sem ter a menor ideia do que a vida ia me reservar dali pra frente.
E realmente, eu não sabia... Como por exemplo? Voltar à Amsterdam exatamente 2 meses depois, no dia 17 de junho, com a minha amiga que conheci por causa deste blog há mais de 5 anos, a Sofia Chang. Quando eu iria imaginar que um dia isso pudesse acontecer???
Como nós duas já conhecíamos os pontos turísticos da cidade, resolvemos ir juntas visitar o museu Van Gogh e a exibição do Martin Escorsese no Filmeye Museum. Infelizmente dessa vez o tempo não estava tão agradável, o céu estava bastante nublado, mas como ficaríamos dentro dos museus o dia todo não havia tanto problema. Curtimos as duas atrações com calma, almoçamos num restaurante muito gostoso em meio ao Museumplein e ainda fomos bater perna pelo centro, onde terminamos nosso roteiro com um vinho delicioso no bar do The Hoxton Hotel. Muito finas sim! 
Amsterdam é uma cidade encantadora, seja no verão ou na primavera, céu nublado ou céu azul. E voltar na companhia da Sofia me fez perceber o quando eu cresci e amadureci como pessoa - desde que conheço ela e desde que cheguei aqui. Até nas fotos é nítida a diferença do meu olhar! E fico muito feliz por isso.
Um brinde aos nossos blogs, à nossa amizade e à cidade da minha cerveja favorita! 
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8 de jun. de 2017

Eu, México e Frida.

Ao decidir comprar as passagens pra essa tão esparada viagem, percebi que todos os vôos mais baratos tinham um tempo de conexão absurda de 12 horas na Cidade do México. Os únicos vôos diretos ou com poucas horas de espera faziam conexão nos Estados Unidos, porém mesmo pra uma simples conexão é necessário ter visto americano no passaporte, e eu não tinha. Sem chance de gastar com visto só por conta de uma conexão, tive que encarar assim mesmo. E aí comecei a saga entitulada "pago um hotel pra descansar depois do vôo ou gasto esse dinheiro visitando a cidade?", mas até que resolvi olhar a cotação do peso e descobri que com 100 dólares eu pagava hotel, táxi, visitava o museu da Frida Kahlo, o museu do Leon Trotsky e de quebra ainda tomava um mojito no centro da cidade!
Melhor conexão da minha vida.
O avião pousou as 6 da manhã e entre a fiscalização e o hotel se passaram duas horas. Havia bookado um motel beira de estrada pertinho do aeroporto pois só um chuveiro quente e uma cama pra eu dormir umas horas seria o suficiente, e assim foi. Acordei as 11, mais um banho e partiu conhecer o méxico!
Ter comprado os ingressos pro museu antecipadamente e com entrada em hora marcada foi a melhor escolha que fiz. A fila pra compra do ingresso na hora dava voltas no quarteirão! Eu simplesmente desci do táxi, mostrei o comprovante, e entrei. Me senti muito aquela blogueira fura-fila da Capricho, porém com sucesso.
No museu da Frida Kahlo fiquei exatamente 2 horas. Saí e fui andando até a Casa Leon Trotsky, que fica à apenas dois quarteirões de distância. Menos de 1 hora lá dentro, chamei um Uber pelo aplicativo e fui ao centro da cidade. Eu não havia comido nada desde o avião, eram 3 da tarde, eu estava morta de fome.
Procurei um lugar de comidas típicas até que na primeira mordida lembrei que eu não consigo comer pimenta! "Porra Vanessa, você vai pro México e esquece que lá só tem pimenta?" Sim, no auge do meu espírito aventureiro que ainda remanesce dos meus tempos de escoteira, sozinha em terra desconhecida, eu só queria uma coca-cola gelada pra tirar aquela ardência de mim... 
Barriga cheia, coca na mão, hora de conhecer o centro histórico da Cidade do México! Andei pela praça central, visitei a famosa Catedral Metropolitana, passeei por algumas ruas cheias de bares hipsters e ali parei pra finalizar com um Mojito essa deliciosa espera. Eram 6 da tarde. Hora de voltar pro hotel, tomar mais um banho e ir pro aeroporto pois meu vôo sairia às 21. 
O México foi pra mim uma surpresa. O clima agradável que fazia no dia, o choque instantâneo entre o antigo e o moderno, a simplicidade no olhar das pessoas e a simpatia com que todos me atenderam, e claro... a oportunidade de conhecer pessoalmente a história de Frida. Eu, ali, na casa dela, os mesmos passos que ela, olhando pro mesmo jardim, pela mesma janela, vendo suas obras originais naquelas apredes... Foi como um sonho.
Pra quem não conhece a Frida Kahlo, sugiro que dê uma leve busca. É uma mulher inspiradora,  que sofreu muito no corpo, na alma e no coração. A casa da Frida, hoje um museu, possui centenas de móveis, roupas, pinturas e fotografias originais. Mas o que mais me impressionou não foi apenas ver seus quadros ou sua mobília, e sim ver que assim como eu, a Frida amou. E como amou... O amor que ela sentia pelo Diego era palpável em cada canto daquela casa. Eu vi o amor dessa mulher estirado nos lençóis, eu vi o amor de Frida por Diego estampado nos recados que ela deixava pra ele na parede da cozinha, eu vi o amor de Frida escorrendo por toda a tinta azul daquela casa. Eu vi o amor de Frida nas fotografias tristes, no escritório escuro, nas notas sem sentido que ela rabiscara à lápis num papel. Eu vi o amor na beleza que ela via em meio ao caos, nas limitações que ela transformou em arte, no esforço que ela fazia pra tentar ser feliz. Mas vi também a amargura de um amor conturbado e não correspondido. E ali, eu  também me vi. 



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